PELO CONSENSO, MARCHAR, MARCHAR!
 Neste país faz
falta uma catarse, uma revolução, um terramoto. E é do máximo interesse
nacional que essa revolução tenha lugar quanto antes. Uma revolução serena,
refletida e organizada. Sem carros de combate, manifestações multitudinárias ou
maquinações de bastidores. Estão, neste momento, criadas as condições para que
seja construída, neste país, uma alternativa política séria aos partidos que
hoje exercem o poder ou lhes são alternativos. Felizmente vivemos num sistema
democrático e essa possibilidade existe e pode ser organizada sem que seja
perseguida físicamente. Não há, portanto, nenhuma desculpa, por esse lado, para
que não seja criada. Olhamos à volta, seguimos atentamente a vida política
nacional e deparamos com pessoas, forças políticas, Instituições que deixaram de
ter o crédito e a adesão popular necessárias ao exercício do poder, à
construção dos consensos políticos e sociais necessários ao desenvolvimento das
reformas de fundo que todos sabemos que são as únicas que permitirão assegurar
a nossa independência, como país. A realidade, escondida demagógicamente pelos
que exercem o poder, é no entanto, tão avassaladora que está aos olhos de
todos: este país já está no abismo. As poucas condições que existiam há dois
anos atrás, no momento em que nos foi dada a oportunidade para assegurar essas
condições mínimas, foram desbaratadas pela classe política, pelas elites
económicas, pelos dirigentes sociais e pela Comunicação social. Hoje somos um
país irremediavelmente individado, empobrecido, enfraquecido, desmoralizado, manietado,
sem margem para agir, sem margem para avançar, sem modelo económico, com um
modelo social falido, um sistema educativo que não oferece saídas, uma
democracia refém dos interesses, uma Instituições desacreditas, um nivel de
expectativas insustentáveis, inteiramente nas mãos de credores, fartos de
alimentar um país sem rei nem roque, injusto, profundamente injusto!
 A decisão do
Presidente, infelizmente, vem tarde e não vai ter efeitos nenhuns porque apela
a "agentes" (como ele próprio lhes chama) que não reúnem as condições
(nenhuma) necessárias para conseguir o consenso necessário para inverter essa
queda, para oferecer saída ao país que eles souberam e quiseram construir. Que
ninguém se iluda, porque não presta assim qualquer bom serviço ao país. Pesam
nas ações, nas consciências e nas motivações de todos os que hoje seriam
necessários para construir esse consenso, o peso brutal da inidoneidade para
promover esse consenso, para dar as garantias necessárias, para desenvolver as
soluções indispensáveis: não possuem a legitimidade - que vai mais além da
legitimidade democrática - para aparecem diante de todos nós e avançarem com
propostas destinadas a promover esse consenso, para levar a cabo as
transformações radicais de que este país carece. Se o fizerem, que resposta
poderão dar à pergunta, que todos temos preparada e que é a seguinte:
"Podendo, porque razão não o fizeram antes?" E sabendo, como todos
sabemos, que não o fizeram porque não quiseram, aceitando-o, tornamo-nos
irremediávelmente cúmplices de uma situação que não nos tirará do abismo. Eu
não quero sufragar estas propostas.
 Não podemos ser
cúmplices e pactuar de novo e sempre e sempre alimentando o nosso próprio
círculo vicioso. A única opção que temos é organizar essa alternativa imediatamente.
É juntar as pessoas que têm a competência necessária para gerir os assuntos do
Estado, tenham um mínimo de experiência e possuam a vocação para o fazer. E
avançar com uma alternativa política, que se chama um partido político, que
ofereça aos portugueses as soluções e o compromisso para levar a cabo essas
soluções. É uma revolução serena, refletida e transparente. Sem o tal
"reconhecido prestígio", é certo, mas em boa verdade, esse
"reconhecido prestígio" tem sido o que até hoje tem impedido que as pessoas
válidas deste país não tenham conseguido chegar onde os Portugueses podem
apreciar o que valem. Como fazê-lo, se para o fazer, é necessário pactuar com
os que agora vemos que conduziram o país ao abismo? Não será essa falta de
"reconhecido prestigio" a condição sine qua non para formar parte da
alternativa? Eu penso que sim. Eu penso que o "reconhecido prestígio"
desta alternativa que proponho está em não possuir qualquer "reconhecido
prestígio" à luz dos que hoje o ditam, o atribuem, o concedem. Se eu e
muitos como eu tivéssemos esse "reconhecido prestígio", porque razão
não teríamos sido capazes de participar na condução do país? Eu não tenho e não
quero ter esse tal "reconhecido prestígio" porque caso contrário não
poderia, em consciência, vir aqui e afirmar "todo o alto que esta página
de facebook me permite" que é preciso, que temos que, que estou
disponível, que quero, que somos capazes que temos que promover uma alternativa
política às existentes, quanto antes, de forma imediata, sob a forma de um novo
partido político e que estou disposta, com a energia que tenho, a organizá-la,
a promovê-la, a transformá-la na alternativa capaz de arrancar os Portugueses à
letargia, à inércia, ao descrédito, à desilusão, ao abandono em que estão e
fazê.los marchar, marchar, por um novo país. Quem considerar que pode colaborar
comigo, que me diga aqui porque há trabalho para todos sempre e quando
partilhem desta vontade de organizar a revolução serena, refletida, consensual
e eficaz que precisamos. Até Junho de 2014, porque nessa data, queiramos ou o
momento de olharmos para a VERDADE, será incontornável. Até nisto, a
oportunidade se apresenta. Até Junho vão quase 11 meses. Tempo mais do que
suficiente para organizar uma alternativa. Quem quiser, já sabe. É só bater à
porta. Eu já estou a bater às portas de todos os que lêem o que escrevo. Mas
que ninguém fique à espera que se lhe bata à porta duas vezes. O carteiro, como
no filme, só bate uma única vez!
 
