E por isso vou a correr escrever. Para que as ideias escorram depressa para o papel e dêem espaço às novas que se apressam a tomar forma. Escrever é forrar as paredes interiores de ideias arrumadas.
terça-feira, 20 de março de 2012
A vida para além da morte
Ter e deixar de ter um pai ou uma mãe dá que pensar. Enquanto estão ocupam um determinado espaço e têm um determinado peso afectivo na vida dos filhos. Quando deixam de estar...outro. Não é que tenham menos ou mais enquanto estão e depois, quando deixam de estar. O que nos leva a pensar que a vida é estar e depois, um deixar de estar que apesar de tudo, continua a estar...E não é só através da memória que a vida continua e se transforma nesse património intangível e imaterial à qual continuamos ligados. Porque senão não teríamos estes sentimentos todos pelas pessoas (pai, mãe etc) que deixaram de estar. Essa vida afectiva para além da morte, existe. A questão é a de saber se aqueles que deixaram de estar físicamente e de quem já ninguém se lembra ou sente algo...ainda possuem algum tipo de "vida"? Isso levar-me-ía a pensar que talvez haja um purgatório (melhor que o que nos foi ensinado) uma fase transitória em que ainda estamos ligados "à vida terrena" através da memória e dos afectos que deixamos nos vivos. Passada essa fase, seríamos entregues a Deus, que se cuida de todos aqueles que deixaram de poder gozar de todos esses afectos que o tempo vai esmorecendo...Prefiro esta imagem à do purgatório redentor...Os vivos seriam "agentes de Deus" encarregues de cuidar de todos os que morreram e se preparam nessa fase de trânsito, para receber o amor dele, um amor diferente...tem que ser muito diferente mesmo! Enfim...pensamentos...
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