Escrevo o que sou
e sou como escrevo
e é por isso que as palavras
desfilam o que sinto
e se articulam como penso
e te fazem sonhar.
Só tu sentes o que de mim
ondula no ritmo
das rimas desfeitas,
só tu pasmas
com a forma
como as cores
da minha alma
vão entardecendo
à medida que
o poema se vai
desenhando
nas palavras
que deslizam
subtis
de um pensamento
e caem em cascata
na folha de papel
em branco.
Só eu sei
encadear-te
no que sou
quando escrevo
e no que escrevo
por amor.
E por isso vou a correr escrever. Para que as ideias escorram depressa para o papel e dêem espaço às novas que se apressam a tomar forma. Escrever é forrar as paredes interiores de ideias arrumadas.
sábado, 30 de junho de 2012
sexta-feira, 29 de junho de 2012
Saudade
A saudade é a brisa que acaricia as paisagens da nossa memória e colhe das árvores e das flores as sementes com que plantamos o presente e colhemos o futuro.
Olhar sobre o passado
Olhar para o passado é como a imensidão de um campo de trigo dourado e ondulante. Ás vezes, entre as espigas, espreita uma papoila encarnada que retém o olhar e quebra a monotonia. Outras vezes é um pássaro mais atrevido que perturba a cadência da ondulação. Há ainda as vezes em que um vento revoltado ou uma chuva persistente transtornam a serenidade e quietude dessa paisagem doce e melancólica.
Assim é também o nosso olhar sobre o passado. Dele guardamos apenas os momentos de exceção que interrompem o seu lento desenrolar pelos dias, meses e anos, rotina acima, rotina abaixo, silencioso e ondulante como um campo de trigo a perder de vista, em dias de bonança.
Assim é também o nosso olhar sobre o passado. Dele guardamos apenas os momentos de exceção que interrompem o seu lento desenrolar pelos dias, meses e anos, rotina acima, rotina abaixo, silencioso e ondulante como um campo de trigo a perder de vista, em dias de bonança.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Lisboa
Lisboa
Lisboa é amar a primeira vez
É o prazer da carícia lenta 
Ao dobrar de cada esquina
O sufoco de um beijo demorado
Nesse raio de luz dourado
Que tinge de melancolia
As proezas do passado
Palavras de amor espalhado
Ao vento sussurrado
Nos acordes de uma maresia lenta
Que enche de odores desgarrados
O entardecer de um luar trinado
De um fado debruçado
Sobre as esteiras prateadas
De um amor a correr
Até à foz da eternidade.
Subscrever:
Comentários (Atom)
 
 


