Queria informar os
meus amigos que sou, a partir desta semana, e a convite do Provedor, Pedro
Santana Lopes, a nova Diretora do Empreendedorismo e da Economia Social da
Santa Casa da Misericórdia. Com o objetivo de lutar contra a solidão e estar
atenta às novas formas de pobreza, a área da qual sou responsável tem por
missão promover o empreendedorismo social. Um grande desafio apoiar a inovação
e a criatividade para que dela surjam modelos de negócio sustentáveis que
respondam a estas preocupações sociais . A Santa Casa é um mundo. Um mundo de
pessoas, de solidariedade, de boa vontade, de saber fazer. Estou muito contente
por poder ajudar a esta causa. Permite-me também poder conciliar com a minha
vontade de participar como cidadã na vida política deste país e não abandonar
essa causa. Para além disso, o meu gabinete está empoleirado sobre Lisboa, mais
acima do Miradouro de S. Pedro de Alcântara, o que é um autêntico luxo para a
alma. Espero continuar a ter tempo para vir aqui regularmente. Um abraço a
todos e já sabem onde estou. Nas boas causas!
E por isso vou a correr escrever. Para que as ideias escorram depressa para o papel e dêem espaço às novas que se apressam a tomar forma. Escrever é forrar as paredes interiores de ideias arrumadas.
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
Portugal e a UE: Be Smart!
Diz-se
que Portugal é um país médio, no computo geral da União Europeia. É. Que é um
país pobre relativamente à média europeia. Também é verdade. Que não é fácil
fazer ouvir a nossa voz. Não é. Que a nossa localização geográfica face ao
epicentro europeu é uma desvantagem. Certamente. Que a atual situação acentua
ainda mais essa sensação de impotência perante a inevitabilidade de
determinadas decisões tomadas em Bruxelas. Acentua. Que todos estes fatores
somados não contribuem para reforçar o apego a um processo de integração que,
no futuro, limitará a nossa margem de manobra como país soberano que nos
conhecemos. É assim. 
Ao
que parece, então, espera-nos, nessa Europa que caminha a marchas forçadas para
uma União Politica, um futuro negro, desolado, definitivamente marginal.
Aponta-se, então, demagogicamente, a alternativa histórica: As relações com os
países que formaram parte de Portugal e que hoje emergem como grandes
protagonistas no quadro global. Mas se Portugal é um país médio, pobre, cuja
voz é difícil de se fazer entender no quadro da União Europeia, face ao quadro
global, a nossa desvantagem, como ator global é infinitamente maior. 
Ser
membro da União Europeia é muito exigente. É. Porquê? Por tudo o que afirmei no
princípio do artigo. Somos um país médio, pobre, periférico, em crise. Uma
enorme desvantagem. Invertê-la requer desenhar uma estratégia que contraponha
ou faça emergir as vantagens face às desvantagens. Por exemplo. Àqueles que
advogam a vocação atlântica e a nova centralidade geográfica de Portugal face à
globalização – que é certa – como a nossa primeira prioridade da politica
externa, eu digo: A União Europeia, se soubermos ser determinada e estrategicamente
inteligentes, oferece-nos a plataforma idónea para cultivar, aprofundar e até
rentabilizar essa nossa centralidade e relacionamento especial com os novos
países emergentes de língua portuguesa. Alguém tem dúvidas de que o êxito da
nossa estratégia com Timor se deveu ao nosso empenho como país da União
Europeia? Ou posto de outra forma: Alguém acredita que o êxito teria sido o
mesmo caso não fossemos um Estado Membro da União? Eu não. E a lista de
exemplos não tem fim.
Qual
é a conclusão? Que ser membro da União Europeia não se confina ao uso limitado
dos poderes que advêm do nosso estatuto formal. Que o uso do chamado soft power e mais do que ele, do smart power nos confere, face aos
enormes ativos de que dispomos como país e que alguns vêm como sub-aproveitados
e desperdiçados, um estatuto que extravasa largamente a quota de poder que se
nos atribui pelos Tratados da União. Dúvidas acerca disto, parece-me, não há.
Somos um Smart com enormes ativos incorporados que não só nos diferenciam mas
que podem fazer de nós um vencedor. Exercer como esse Smart que somos, no
quadro da União, porém, requer uma visão e um aproveitamento estratégico desses
ativos que incorporámos no nosso estatuto: A de que a União Europeia, que
também somos nós, Portugal, é a melhor plataforma que poderíamos ter para
realizar todos esses desígnios que bailam nas nossas entrelinhas como país.
Portanto, let’s be Smart! Ou, como
diria Fernando Pessoa, mais poética e filosoficamente: “És melhor que tu. Não
digas nada, sê!” 
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
Novos "QUEM", novos
"COMO", novos "PARA QUÊ", novos "QUANDO". E a que
preço!
Todos dizem que o país precisa de mudar. Que para isso são necessárias reformas. Leia-se de novo o Memorando de Entendimento. O programa dos partidos. O programa do Governo. Todos preconizam reformas, profundas. De tudo. De sectores económicos, do mundo laboral, da Justiça, do Ordenamento do Território, da AdministraçãoPública, da Saúde, da Educação, da Fiscalidade. Agora até se lançou sobre a mesa a reforma constitucional. Nenhuma delas é novidade. Acabei de ler um livro de 2002, elaborado por Sábios deste país, que já as preconizavam a todas. Outro de 2003 de outros Sábios na mesma linha. Algumas delas foram apontadas como "iniludíveis e urgentes" já a finais do século XIX, algumas vezes com tanta mordacidade e estilo, que essas denúncias passaram a ser obras primas da nossa Literatura (leiam-se, entre outras, "As Farpas"). Eu considero-me uma pessoa reformista. E pratico as reformas na minha vida. Subscrevo a necessidade de reformar o país. Não sou especialista em todas as áreas que devem ser reformadas mas percebo o sentido e alcance das mudanças a levar a cabo. Mas desenvolvi, nos meus 15 anos a lidar com catalães, aquele cepticismo impaciente e bruto que eles mostram quando alguém lhes vem com conversa fiada pretendendo vender-lhes "a banha da cobra". E, impaciente ante tanta papelada e discursata reformadora, pergunto-me: Quem, como, para quê, quando e a que preço? Quem, já sei. Os que podendo, nunca reformaram nada. Como, também já sei: sem consultar, sem associar, sem partilhar, sem co-responsabilizar os que devem assumir as reformas. Para quê, não tenho dúvidas: para que tudo mude aparentemente e nada mude realmente e que assim se justifique que venham outros e continuem na mesma calha. Quando, também sei: exactamente quando é menos conveniente e oportuno e não temos os meios nem existem condições para reformar. A que preço? Vê-se: criando todas as condições para que um povo de brandos costumes, espírito mole e profundamente desconfiado e individualista se subleve quase em unísono, de norte a sul, arquipélagos incluídos, e acabe por conseguir uma verdadeira mudança de regime. Para a qual, curiosamente, nem Sábios ou Profissionais da Política deste país previram reforma. Talvez devamos começar por aí: Um regime com novos "QUEM, novos "COMO", novos "PARA QUÊ", novos "QUANDO" e certamente com um preço razoável, equitativo e assumível. Tenho dito!
Todos dizem que o país precisa de mudar. Que para isso são necessárias reformas. Leia-se de novo o Memorando de Entendimento. O programa dos partidos. O programa do Governo. Todos preconizam reformas, profundas. De tudo. De sectores económicos, do mundo laboral, da Justiça, do Ordenamento do Território, da AdministraçãoPública, da Saúde, da Educação, da Fiscalidade. Agora até se lançou sobre a mesa a reforma constitucional. Nenhuma delas é novidade. Acabei de ler um livro de 2002, elaborado por Sábios deste país, que já as preconizavam a todas. Outro de 2003 de outros Sábios na mesma linha. Algumas delas foram apontadas como "iniludíveis e urgentes" já a finais do século XIX, algumas vezes com tanta mordacidade e estilo, que essas denúncias passaram a ser obras primas da nossa Literatura (leiam-se, entre outras, "As Farpas"). Eu considero-me uma pessoa reformista. E pratico as reformas na minha vida. Subscrevo a necessidade de reformar o país. Não sou especialista em todas as áreas que devem ser reformadas mas percebo o sentido e alcance das mudanças a levar a cabo. Mas desenvolvi, nos meus 15 anos a lidar com catalães, aquele cepticismo impaciente e bruto que eles mostram quando alguém lhes vem com conversa fiada pretendendo vender-lhes "a banha da cobra". E, impaciente ante tanta papelada e discursata reformadora, pergunto-me: Quem, como, para quê, quando e a que preço? Quem, já sei. Os que podendo, nunca reformaram nada. Como, também já sei: sem consultar, sem associar, sem partilhar, sem co-responsabilizar os que devem assumir as reformas. Para quê, não tenho dúvidas: para que tudo mude aparentemente e nada mude realmente e que assim se justifique que venham outros e continuem na mesma calha. Quando, também sei: exactamente quando é menos conveniente e oportuno e não temos os meios nem existem condições para reformar. A que preço? Vê-se: criando todas as condições para que um povo de brandos costumes, espírito mole e profundamente desconfiado e individualista se subleve quase em unísono, de norte a sul, arquipélagos incluídos, e acabe por conseguir uma verdadeira mudança de regime. Para a qual, curiosamente, nem Sábios ou Profissionais da Política deste país previram reforma. Talvez devamos começar por aí: Um regime com novos "QUEM, novos "COMO", novos "PARA QUÊ", novos "QUANDO" e certamente com um preço razoável, equitativo e assumível. Tenho dito!
Uma nova forma de estar e fazer Política
implica, nalguns casos, começar do zero. Há medo, quando se diz que é preciso
começar do zero. Por exemplo: como dizia Henrique Monteiro, citando João
Salgueiro (que disse coisas acertadas mas não as fez): há que fazer uma
Auditoria ao Estado (em sentido lato: organismos, departamentos, pessoal,
meios, recursos, etc) com este mandato: se fôr preciso começar do zero, começamos. De acordo com o critério do
"estritamente necessário e sustentável". Lamento para todos os que
têm medo e vivem a guardar vicíos nas gavetas por duas razões: porque não têm
coragem de acabar com eles ou não lhes interessa. Mas interessa ao país, aos
contribuintes e aos que realmente necessitam da ajuda do Estado. É um propósito
simples. Mas ao estado a que chegámos, a única estratégia válida é empreender
ações "simples". Básicas. Evidentes. Que saltam aos olhos. Puro sentido
comum! E bom senso!
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