Quando escrevo, fecho os olhos e pinto as cores e a música das palavras que vou colhendo, pela memória fora, uma a uma, o ritmo, a vírgula, a forma de uma semifusa, jorros de lilases, rosas brancas, malmequeres doirados, por vezes, um violino, no infinito de uma paisagem solitária, ténue e tão só, ao entardecer, por outras, nunca sei, não sou dona do que escrevo, que mais não é senão a alma que de olhos fechados me soa e a memória me traz, à meada de palavras que vou pintando, uma a uma, na melodia que não pedi e não peço e que é para mim, escrever.
 
 
Sem comentários:
Enviar um comentário