Vem do mar, onde deu à costa por infortúnio,aconchegado na crista das ondas, desembarcou na sua esteira e galgou as encostas escarpadas das praias, foi desenhando, um a um, o perfil dos pinheiros mansos e serenos e fez-se à serra, à conquista dos palácios encantados que habitam o cimo do promontório da Lua. Acariciou, com a ponta dos seus dedos, de ternura e sabedoria, a silhueta rendilhada do arvoredo e das pedras ainda adormecidas, olhou-me e seguiu sem querer dar por mim, quem sou eu para perturbar a corte que este amante impetuoso e avassalador que vem dos confins dos mares, faz à serra e que a fez mulher nos seus braços, no tempo e desde tempos que  entram pelo tempo e que lhe dão continuidade e cobrem de magia, mistério e poesia este meu Universo ?
 
 
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