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terça-feira, 9 de julho de 2013


À medida que o tempo vai passando há palavras que deixam de ser usadas para passarem a formar parte dos afetos silenciosos, pensados, sentidos e que cobrem as coisas que nos rodeiam de saudade. Nesta casa que agora é minha e onde eu durante... tantos anos articulei a palavra "mãe" e me senti "filha" é onde o silêncio da ausência pesa mais. Há ainda muitos gestos, muitas rotinas, muitos impulsos, muitas ideias, muitas conversas, muitas perguntas e comentários que são lógicos a cada virar da esquina, a cada momento do dia mas que morrem antes de serem som. E não é que essas rotinas fossem fáceis, pelo contrário, mas os conflitos, recorrentes, eram de estimação e inerentes à estimação. Hoje ainda custa ser só mãe onde, por ser onde estava a minha mãe, também aprendi a ser mãe mas onde fui, acima de tudo, a filha que deixei de ser. Há dias e dias e silêncios que custam mais do que outros. Enfim. É assim, a vida.



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