Novos Ministros, novos Secretários de Estado: tudo
homens...amigos dos homens que já lá estão, que só convidam homens porque só
têm amigos homens e como só se vai para o Governo quando se é amigo de alguém,
forçosamente há que ser homem para entrar nesse circulo. Eu não tenho nada
contra os homens, rigorosamente nada. O vicio, aqui, é a questão da amizade. E
enquanto for a amizade o fator que faz com que se chegue à primeira linha da
politica, os que lá estão chamam os amigos. E como os amigos que têm são
homens...são eles que ocupam todas as linhas da frente. E como são eles que
ocupam todas as linhas da frente e as segundas linhas...a escolha recai sempre
sobre um homem. Se a politica fosse feita com profissionalismo e sem necessidade
de haver este vinculo exacerbado de confiança pessoal...talvez as mulheres
tivessem hipoteses. Mas não. A politica hoje, em Portugal, exige que exista
esse vinculo de lealdade que só a amizade ou a dependencia absoluta podem
oferecer. Porque existe muita mentira, porque se protegem interesses, porque se
omitem factos, porque se manipula a verdade. Um profissional isento não aceita
isso. Um profissional honesto não aceita isso. E, portanto, há que rodear-se de
fidelidade ou de dependência. Não estou a dizer que uma mulher seja melhor do
que um homem. Estou simplesmente a dizer que a exigencia desses vinculos de
fidelidade e dependencia fazem com a escolha recaia sobre os mais proximos. E
como entre os mais proximos dos que lá estão só há homens...são eles que são
escolhidos. Eu não quero mais mulheres na Politica. Quero que a Politica se
faça sem recurso a amizades. E se assim fosse, certamente haveria mais mulheres
no Poder. Não tenho dúvidas. Há que saber ler a realidade por trás das
estatisticas. E usar os argumentos válidos. Não é "MAIS MULHERES AO
PODER", é "MAIS PROFISSIONALISMO NA POLITICA". E isso faria com
que houvesse mais mulheres na politica e a chegar ao poder.
 
 
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