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domingo, 4 de agosto de 2013


Esta cameleira vem do tempo do meu pai. Era feliz, os miudos andavam de bicicleta à volta dela e quando dava flor, cor de rosa, vinha para dentro enfeitar as jarras. Depois do meu pai morrer, com as obras da casa, a minha mãe teve muito medo que a cameleira morresse também. Preocupava-a que o símbolo desaparecesse e falava dela, ao telefone, como se se tratasse de um familiar, dando noticias do seu estado. Não me lembro, agora, se antes de morrer pode ver como a cameleira, mãe, dava vida a um braço que agora rebentou viçosamente dando nova vida à velha cameleira. E hoje, sentada à sua beira, notei que perto do chão nasciam uns novos ramos, minusculos mas fortes. E não pude deixar de me senyir contente. Pelo meu pai, primeiro mas sobretudo pela minha mãe que tanto carinho tinha por esta cameleira. Onde estiver, a minha mãe estará contente. E eu também! Tudo resiste quando é cuidado!



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