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domingo, 11 de agosto de 2013

Relações afetivas singulares




Insisto em que temos com as plantas, como com as pessoas e os animais, um vínculo. Não sei a partir de que momento é que elas entram na nossa órbita mas não tenho dúvidas de que entram. É um vínculo menos sofisticado do que aquele que nos une aos animais, pois estes requerem, da nossa parte, alguma constância na manifestação do nosso afeto para que nos devolvam o seu. É certamente menos exigente mas não por isso menos devoto. Ontem e hoje dediquei-me a plantar, transplantar, limpar, varrer, e regar. Plantas, flores. Trouxe-as do viveiro e pu-las na terra e em vasos. Admirei-as, fiquei contente, dão cor, vida, criam ambientes, embelezam. E criam-se relações, uma interdependência. A beleza cessa quando nos descuidamos e volta quando perdemos tempo a cuidá-las. Já aqui disse um dia que as plantas rivalizam entre si pelo nosso afeto, a nossa atenção. Eu tinha uma palmeira que odiava as outras plantas que entravam em casa e que conseguiu que todas morressem até ficar só, no seu império afetivo...só não é estranho se pensarmos como abri esta crónica: que, queiramos ou não, aceitemos ou não, a verdade é que se criam laços com as plantas. Nem melhores nem piores...diferentes, adaptados às circunstâncias, singulares, como tudo no Universo dos seres vivos. Só a ignorância explica que ignoremos esta realidade...

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