Em maré de
recordações, pensei que não mas adoro, convictamente, esta pequena religião de
colocar a flor junto das fotografias das pessoas que nos fazem falta. A minha
mãe tem outras fotografias mais institucional do que esta para estar na sala
mas eu escolhi esta, em que esta com o meu tio Jerónimo, com um ar muito
natural e cheia de vida. Lembro -me dela assim, vital, alegre, senhora de si. E
fui buscar uma jarrinha que eu adoro pelo seu romantismo e delicadeza e pelo
facto de poder levar apenas uma flor e não uma flor qualquer mas uma cujas
pétalas não pesem como um fardo sobre os braços do anjinho. Uma rosa aberta em
pétalas que parecem saiotes de seda em flor. Adoro este quadro, este nicho de
saudade e recordação. Outros recantos como este existem na minha memória.
Quando cá estou em Sintra, longe dos afazeres, enchem-me o dia. Uma outra forma
de cuidar de um jardim. Não por isso menos exigente e menos gratificante.

 
 
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