Trabalhar para o bem comum é trabalhar para aquilo que nos faz feliz, coletivamente. Ora, numa coletividade, todos deveríamos ter a hipótese (oportunidade/enquadramento) de formular aquilo que, individualmente, nos faz feliz para que, num segundo momento, essa ideia de felicidade pudesse ser discutida com a ideia do outro e dos muitos que conformam uma coletividade. Para que, no final deste processo, houvesse uma decisão coletiva (necessáriamente coletiva e democrática, pois a minha felicidade não é mais importante do que a do vizinho do lado e todos podem aceitar isso) sobre como pode ser a felicidade coletiva, como concretizá-la e qual deverá ser a contribuição de cada um para ela. Deixemos de lado o dinheiro porque todos sabemos que muitas vezes o que nos faz feliz não custa muito dinheiro (ter companhia, partilhar um jantar, manter o espaço público limpo, guiar com cuidado, ser educado, e por aí fora...) e nesse sentido, a felicidade coletiva pode ser implementada com base naquilo que cada um sabe fazer, pode fazer ou tem competência para fazer. O financiamento? É preciso mudar a perspetiva e pensar do fim para o princípio: Não é o "custo" do processo mas sim o valor do resultado final que deve estar na base do cálculo. Difícil? Bah...existe suficiente competência e conhecimento no mundo para resolver essa questão. O que é verdadeiramente difícil e desafiante é conseguir que as pessoas mudem radicalmente a perspetiva sobre a gestão do bem comum. Isso sim é o grande desafio pscicológico, societal e político que temos pela frente. E olhando à volta, há uns mais capacitados do que outros para iniciar essa "revolução humanística". O novo renascimento ou renascença, como quiseram. Tão ou mais desafiante que a que teve lugar no século XIV...Feliz domingo...coletivo, a todos!
E por isso vou a correr escrever. Para que as ideias escorram depressa para o papel e dêem espaço às novas que se apressam a tomar forma. Escrever é forrar as paredes interiores de ideias arrumadas.
domingo, 28 de fevereiro de 2016
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
Sugestão para o próximo Presidente da República: É tempo de rever "A Portuguesa"
Ao olhar pela minha janela e observar, entre a neblina matinal, a Quinta da Regaleira" veio-me ao espírito a estrofe final do nosso Hino Nacional. "Entre as brumas da memória, ó Pátria, sente-se a voz dos teus egrégios avós, que hão-se levar à vitória. Às armas, às armas, sobre a terra e sobre o mar. Às armas, às armas, pela Pátria lutar...Contra os canhões, marchar, marchar..." O Hino Nacional é um símbolo. De um país, de uma Nação, de uma coletividade. Nele está decantada uma determinada visão do passado, do presente e do futuro do nosso património material e imaterial coletivo. 100 anos depois, não tenho dúvidas de que todos temos que fazer um enorme esforço para nos revermos nesta estrofe e para lhe outorgarmos a autoridade que deve ter no que diz respeito à visão que temos do nosso presente e futuro. Eu não digo que não possa continuar a ser usada. O que digo é que aceitamos por inércia, porque "sim", porque ninguém pensou ainda que podia ser refrescada, mudada, atualizada. Podia até gerar uma enorme catarse coletiva e obrigar-nos a refletir em conjunto sobre os nossos Valores e aspirações coletivos. Pessoalmente, friamente, conscientemente, não me revejo muito (para não dizer nada) nesta estrofe. E acho que como símbolos desse movimento agregador em prol de um futuro coletivo mais próspero há outras que não o da incitação às armas e das marchas bélicas contra hipotéticos canhões. Sugiro ao próximo Presidente da República que promova a elaboração de um novo Hino Nacional. Que não fique à espera que sejamos capazes de construir um futuro melhor para depois encontrar um Hino. Como símbolo forte que é o Hino até tem capacidade para forjar essa tal nova sociedade portuguesa não crispada, conciliada, esperançada e confiante que ele quer promover.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
Contra a doença da paródia nacional, rir é o melhor remédio
Eu ouvi a transmissão em direto deste último Capítulo da nossa grande Guerra Mundial no carro, pela IC-19 fora e devo dizer que tão pendente e envolvida estava eu no cruzamento de arremessos entre Suas Senhorias e sobretudo no desfecho final, esse corpo a corpo bravo, desesperado e impiedoso em que foram desferidos todo o tipo de golpes e usadas até facas de cozinha, penso eu, que foi por pouco que não fui parar a Rio de Mouro/Rinchoa/Mem Martins/Algueirão em vez de acabar à porta de casa, onde acabei por parar, desgostosa e triste pelo encerramento das hostilidades, e agora? Desde o tempo das Farpas, da guerra do Solnado, das aulas do Menino Toneca ou da viagem de Pedro Álvares Cabral ao Brasil do Badaró que eu não me ria tanto e tão gostosamente. Suas Senhorias e os exércitos de fervorosos de um lado e outro das barricadas esmeraram-se no conteúdo e nas formas de uma renovada paródia nacional que, há séculos e séculos que se re-inventa a si própria e não tem cura. E contra ela, diz o povo, rir é o melhor remédio.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016
Pensar
Definitivamente, pensar, é a atividade que mais satisfação dá e a que mais nos pode realizar. Não há maior espaço de liberdade que aquela onde se movimentam os pensamentos. É gratuita e não paga impostos. Não precisa de nenhum "suporte" nem nenhum utensílio. Não incomoda ninguém. Não exige nada a ninguém. Traz de volta pessoas queridas, prolonga momentos de felicidade e é o veículo para afastar o medo, a dor, a tristeza. Viaja á velocidade da luz, saltita no espaço tempo e atravessa a matéria...é asocial? Não creio. Porque isso pressuporia que a sociedade está interessada em comunicar de verdade e todos sabemos que salvo raras exceções ninguém tem verdadeiramente interesse em comunicar e conhecer o pensamento do outro. O único inconveniente é que não traz rendimento...se calhar é por isso que ninguém tem tempo/oportunidade/vontade/ paciência para pensar...
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
Um país desleixado, uma sociedade atrasada, um défice maior do que o do orçamento!
Reunião dos Delegados dos pais dos alunos do Liceu Francês com a Subdiretora do Liceu. Preparação para os Conselhos de Turma que têm lugar para a semana. Estavam todos os delegados, éramos 42. A grande maioria, franceses. Uma reunião muito participativa em que se discutiram vários assuntos de interesse para a educação dos filhos. Podem imaginar qual o grande problema que foi por todos evocado: a indiferença dos pais. A falta de comunicação com a Escola, com os professores, com a Direção. Com os delegados. Um problema que, pela minha atividade profissional, também foi referenciado por todos os Diretores de Agrupamentos Escolares com os quais tenho tido contacto. É um problema de fundo do nosso país, uma inércia da nossa sociedade. A negligência, o desleixo, a inércia, a ausência. Há sempre alguém que resolve os problemas, toma conta dos outros, que assume a responsabilidade pela maioria. O défice das contas públicas será da responsabilidade dos Governantes. Mas o défice de progresso e de desenvolvimento nasce com estes desleixos, esta indiferença, esta incapacidade de contribuir, de dar, de construir em comum. Somos um país atrasado porque a grande maioria se sente cómoda e confortável nesse casulo autista e irresponsável em que vive, indiferente a tudo e todos. Só saem para criticar, dizer mal, deitar abaixo, desdenhar, ridicularizar. Há dias, vezes, em que só apetece emigrar para onde se leva a vida mais a sério...
sábado, 13 de fevereiro de 2016
Se não fosse este cinzento
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016
Somos todos escravos desse novo Império e haverá sempre quem os queira servir, aos Impérios. TIME FOR PINK FLOYD!
Esquerda? Direita? Políticos? Empresários? Académicos? Banqueiros? Gestores? Funcionários? Que importa o que são, de onde vêm, o que fazem? Importa? Nada. Zero. Quem tem dinheiro, recursos financeiros, compra poder e exerce-o para o seu gozo e dos seus. Bruxelas? Orçamentos, Pacto de Estabilidade, Zona Euro, Comité Monetário? Banco Central? Comissão Europeia? Parlamento Europeu? Défice excessivo? Tretas. Artifícios, vestimentas, retórica. Importa, tudo isso? Não. O que importa é localizar entre as malhas dessa super-teia de vasos capilares que se comunicam e que formam uma crosta purulenta e viciada onde está o verdadeiro organigrama do poder e de quem o exerce! Sigam o rasto do dinheiro, localizem os dólares, os euros, os yenes, os yuans...de preferência os dólares. E são essas massas financeiras que não têm profissão, nem ideologia, nem nome que hoje conformam o novo Império. Follow the dots, dizia o Steve Jobs. Mas follow os dots certos...não os que nos distraem e desviam da realidade.
É por isso que no meio disto tudo, lá bem no fundo, fundo da Humanidade, pouco importa votar Costa ou vestir a camisola do Passos ou apoiar a Cristas. Encostar-se a Marcelo ou caminhar com Sampaio da Nóvoa. Ou gritar com a Cristina Martins...Nenhum deles, nenhum de nós, nem aparece nem conta no organigrama do Novo Império.
Mentem? Descaradamente. Enganam-nos? Abertamente. Manipulam-nos? A seu bel prazer. Eu acho que devem rir a bandeiras despregadas - e ainda estão a rir - com a nossa estupidez e ignorância. Quão carneiros e estúpidos somos. Devem até ficar surpreendidos ao verem as hordas de pessoas que saem em defesa desse Império, pelas ruas, nos jornais, nas tertúlias, a reclamar mais austeridade, a pedir, de joelhos, que deem mais uma volta à rosca na nossa dependência para que a nossa consciência de bons Cidadãos, certinhos, corretozinhos, ajuizadinhos ...fique bem tranquila. E para que continuemos a poder comprar a felicidade que só os dólares, os euros, os yenes e os yuans podem comprar. Porque somos escravos dessa felicidade que só se compra com o que eles acumularam. Com o que eles têm. Com o que eles controlam! O dinheiro!
 E não vai ser tão cedo que vamos todos tomar consciência e arranjar uma alternativa que possa derrubar este novo Império. Digo isto porque tenho a certeza absoluta de que há seis ou sete que no final deste texto, se o lerem, me vão dizer que me passei para o Bloco de Esquerda ou que vou votar Costa. Haverá também quem me chame de conflituosa egocêntrica e revoltada...Ele há sempre quem esteja disponível para servir os Impérios. Ainda que sem o saber e ao engano. Time for Pink Floyd!
E não vai ser tão cedo que vamos todos tomar consciência e arranjar uma alternativa que possa derrubar este novo Império. Digo isto porque tenho a certeza absoluta de que há seis ou sete que no final deste texto, se o lerem, me vão dizer que me passei para o Bloco de Esquerda ou que vou votar Costa. Haverá também quem me chame de conflituosa egocêntrica e revoltada...Ele há sempre quem esteja disponível para servir os Impérios. Ainda que sem o saber e ao engano. Time for Pink Floyd!
 E não vai ser tão cedo que vamos todos tomar consciência e arranjar uma alternativa que possa derrubar este novo Império. Digo isto porque tenho a certeza absoluta de que há seis ou sete que no final deste texto, se o lerem, me vão dizer que me passei para o Bloco de Esquerda ou que vou votar Costa. Haverá também quem me chame de conflituosa egocêntrica e revoltada...Ele há sempre quem esteja disponível para servir os Impérios. Ainda que sem o saber e ao engano. Time for Pink Floyd!
E não vai ser tão cedo que vamos todos tomar consciência e arranjar uma alternativa que possa derrubar este novo Império. Digo isto porque tenho a certeza absoluta de que há seis ou sete que no final deste texto, se o lerem, me vão dizer que me passei para o Bloco de Esquerda ou que vou votar Costa. Haverá também quem me chame de conflituosa egocêntrica e revoltada...Ele há sempre quem esteja disponível para servir os Impérios. Ainda que sem o saber e ao engano. Time for Pink Floyd!
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