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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Sugestão para o próximo Presidente da República: É tempo de rever "A Portuguesa"



Ao olhar pela minha janela e observar, entre a neblina matinal, a Quinta da Regaleira" veio-me ao espírito a estrofe final do nosso Hino Nacional. "Entre as brumas da memória, ó Pátria, sente-se a voz dos teus egrégios avós, que hão-se levar à vitória. Às armas, às armas, sobre a terra e sobre o mar. Às armas, às armas, pela Pátria lutar...Contra os canhões, marchar, marchar..." O Hino Nacional é um símbolo. De um país, de uma Nação, de uma coletividade. Nele está decantada uma determinada visão do passado, do presente e do futuro do nosso património material e imaterial coletivo. 100 anos depois, não tenho dúvidas de que todos temos que fazer um enorme esforço para nos revermos nesta estrofe e para lhe outorgarmos a autoridade que deve ter no que diz respeito à visão que temos do nosso presente e futuro. Eu não digo que não possa continuar a ser usada. O que digo é que aceitamos por inércia, porque "sim", porque ninguém pensou ainda que podia ser refrescada, mudada, atualizada. Podia até gerar uma enorme catarse coletiva e obrigar-nos a refletir em conjunto sobre os nossos Valores e aspirações coletivos. Pessoalmente, friamente, conscientemente, não me revejo muito (para não dizer nada) nesta estrofe. E acho que como símbolos desse movimento agregador em prol de um futuro coletivo mais próspero há outras que não o da incitação às armas e das marchas bélicas contra hipotéticos canhões. Sugiro ao próximo Presidente da República que promova a elaboração de um novo Hino Nacional. Que não fique à espera que sejamos capazes de construir um futuro melhor para depois encontrar um Hino. Como símbolo forte que é o Hino até tem capacidade para forjar essa tal nova sociedade portuguesa não crispada, conciliada, esperançada e confiante que ele quer promover.

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