Trabalhar para o bem comum é trabalhar para aquilo que nos faz feliz, coletivamente. Ora, numa coletividade, todos deveríamos ter a hipótese (oportunidade/enquadramento) de formular aquilo que, individualmente, nos faz feliz para que, num segundo momento, essa ideia de felicidade pudesse ser discutida com a ideia do outro e dos muitos que conformam uma coletividade. Para que, no final deste processo, houvesse uma decisão coletiva (necessáriamente coletiva e democrática, pois a minha felicidade não é mais importante do que a do vizinho do lado e todos podem aceitar isso) sobre como pode ser a felicidade coletiva, como concretizá-la e qual deverá ser a contribuição de cada um para ela. Deixemos de lado o dinheiro porque todos sabemos que muitas vezes o que nos faz feliz não custa muito dinheiro (ter companhia, partilhar um jantar, manter o espaço público limpo, guiar com cuidado, ser educado, e por aí fora...) e nesse sentido, a felicidade coletiva pode ser implementada com base naquilo que cada um sabe fazer, pode fazer ou tem competência para fazer. O financiamento? É preciso mudar a perspetiva e pensar do fim para o princípio: Não é o "custo" do processo mas sim o valor do resultado final que deve estar na base do cálculo. Difícil? Bah...existe suficiente competência e conhecimento no mundo para resolver essa questão. O que é verdadeiramente difícil e desafiante é conseguir que as pessoas mudem radicalmente a perspetiva sobre a gestão do bem comum. Isso sim é o grande desafio pscicológico, societal e político que temos pela frente. E olhando à volta, há uns mais capacitados do que outros para iniciar essa "revolução humanística". O novo renascimento ou renascença, como quiseram. Tão ou mais desafiante que a que teve lugar no século XIV...Feliz domingo...coletivo, a todos!
 
 
Sem comentários:
Enviar um comentário