Procura, olha, observa, fala, conversa, explica, conta, ri, sussurra, devagar, baixinho, o olhar fixo, capturado, preso, sem ninguém ver, sem ninguém saber, sem ninguém perceber que a corrente que nos une e separa está atravessada de magia e que o milagre aconteceu e já não há volta a dar, já nada há a fazer, porque já está feito, tu e eu, eu e tu. 
À volta a vida sumiu-se e já só te vejo a ti, só te oiço a ti, é como se o nosso mundo, ali onde a nossa história começa a tomar forma, ocupasse todo o espaço do Universo.
Só eu e tu.
Só tu e eu.
Estou presa a ti e tu a mim pela inequívoca e poderosa vontade do Universo, pela misteriosa força que nos impele, nos guia e nos arremessa para o fundo de esse abraço em que se fecham os braços e se colam os peitos e se dão as mãos e se unem as bocas e se alinha o compasso dos corações, somos um só  corpo, um só espírito, uma só vontade, uma unidade perfeita, um ponto de luz no firmamento das histórias impossíveis e inimagináveis como a nossa. 
Nós.
Só nós.
 
 
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