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quarta-feira, 11 de abril de 2012

Recomendo vivamente a leitura deste artigo de Eduardo Lourenço, escrito em 1997, sobre nós, Portugueses. É curioso como pode ser tão transcendente, o ser-se Português. Nenhum outro povo, através dos seus poetas, escritores, pensadores, compositores, intérpretes, pintores, é capaz de embrulhar a origem e a pertença numa mística tão profunda e coerente, onde brilham os símbolos, o tempo, o espaço, a alma, o pensamento, o sentir, o sonho. Somos um povo que se sonha, mais do que se vive, que espera mais do que encontra, que pensa e sente quando devia agir. A realidade incomóda-nos porque nela a nossa mística perde toda a sua capacidade de embalar e de confortar. Porém, é possível transformar esta mistica existencial em motor de um novo Portugal. Apear-se do sonho e caminhar na realidade embrulhado no conforto de saber que temos sempre um lugar para onde voltar e ser embalado até adormecer. A nossa essência, deixamo-la em casa, dela levaremos apenas a consciência, enquanto vivemos a realidade, onde as coisas só acontecem fazendo-as acontecer. E o nosso pragmatismo - citado por Eduardo Lourenço - é essa capacidade que temos de colocar um parentese na mística, enquanto lutamos pela vida. Ou seja: há que ser alemão durante o horário laboral e ser Português fora de horas aos fins-de-semana, férias e feriados. Não nos podemos queixar. Os outros povos, quiçá, só sabem ser eles próprios o tempo inteiro...Esta é a minha fórmula para o Ser Português no século XXI.
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O nosso mundo, na aurora de um novo milénio, parece-se a um desses grandes aeroportos onde a humanidade se cruza sem se ver. Esta imagem, simbolizando a tão falada mundialização, sugere ao mesmo tempo a dissolução, num gigantesco

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