
Ao vasculhar entre as fotografias do passado, encontrei esta e não resisto a partilhá-la com as minhas primas Maria Rita Belard Kopke, Inês Kopke Teotónio Pereira e Guida Kopke. Então, como hoje, nada mudou. Chamo a atenção para o célebre "peitilho", uma peça de vestuário que a minha mãe adorava e que consistia numa gola engomada, a extremidade decorativa de um peitilho que ligava ao homólogo nas costas através de dois simples elásticos. Observe-se que este astuto "dispositivo da economia familiar", ao prescindir das mangas, teria provocado que a camisola, de lã autêntica, tocasse diretamente nos braços caso não fosse a providencial e complementar camisola interior de mangas compridas. Apesar das minhas queixas (o peitilho, por não dispôr de um sistema de fixação inferior, às vezes subia, subia e acomodava-se todo perto do pescoço...) e do anacrónico de ter que usar camisola interior + peitilho para evitar as picuras da lã, a minha mãe era inflexível porque achava imenso "que sim". Todas as mães usam o argumento "porque sim" porque adoram ver a estética exterior. Só percebi isso quando nasceu a Terezinha e o giro que era brincar às bonecas com ela...Mas nunca a obriguei a usar "peitilho", trauma de infância, ou não, a julgar pela fotografia...a Guida - que não usava peitilho, parecia bem menos feliz vestida de "saloia" doq ue eu com o meu "peitilho".
 
 
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