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sábado, 10 de maio de 2014

Sem alegria

Hoje, ao recolher-me, desci as minhas escadas mais pausadamente do que é habitual, pensei um degrau atrás do outro, prolonguei a demora em chegar, até que se fizesse silêncio, entrei, pendurei-me, fui-me deixando pelas rotinas e sentei-me. Tinham-me roubado a alegria, de forma vulgar mas eficiente, fiquei sem ela e sem palavras, sem gestos, sem pensamentos, levaram tudo, de repente, aconteceu, o sol brilha mas já não aquece, a música continua mas em silêncio, vejo os sorrisos de sempre mas já não os sinto, ainda pareço mas sou menos, cada vez menos, em queda livre, defesa um, defesa dois, defesa três, por mim abaixo, vertiginosamente, as palavras desfazem-se com os segundos, não sei se desta, conseguirei sobreviver, fecho os olhos, porque existo, sentada, é noite, arrefeceu, não sei onde estou, até hoje não sei se serve para alguma coisa estar, se é possível estar ou se vou conseguir estar, sem alegria.

1 comentário:

  1. Não sei o que de forma vulgar sugou essa alegria...não preciso saber também, mas esses vampiros que aparecem e e vivem da nossa força, têm esse aparente grande poder, debilitar-nos com a sua única força, a nossa. E somos apenas um com tantos vampiros à volta....
    Tiram-nos o sangue, a alma por vezes, mas nós somos uma fonte inesgotável de nós próprios e sabemos que cá dentro essa força, essa "ânima", vem de uma fonte que eles fecharam há muito ou nunca abriram. Fechemos as janelas mas não corramos as persianas para que o sol entre e nos aqueça, fechemos a porta e entreguemos o código a quem queremos que entre e continuemos a dar a nossa energia doseadamente e sobretudo a quem precisa genuinamente e com autenticidade. O nosso coração tranquilo conseguirá vê-los. Bom fim-de-semana Maria do Carmo :-)

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