Há muito que era uma atividade à qual não lhe via grande sentido, esta de estar permanentemente ligada à rede de boletins informativos que é o facebook. Só hoje se me fez luz sobre a profunda perversidade deste instrumento que se diz e dizem ser de "comunicação". Não se comunica, não é verdade. Apenas tentamos dar visibilidade ao que pensamos, sentimos, desejamos...E para quê? Desde quando é que a relevância ou irrelevância que tem para os outros o que sentimos, pensamos, desejamos era apenas uma questão de visibilidade? Não era. Não é. Nunca foi. É-o para as pessoas que são amigas, que têm interesse em saber quem somos, o que pensamos, o que sentimos. E vice-versa.
Lê, pensa, reflete. Escreve sim, mas pouco, apenas quando voltares a sentir o sabor e a ver a cor e a sentir o cheiro e a suavidade do que és. Retorna a ti próprio, devolve-te à essência, não te gastes nem te uses em palavras que só o são em numero e peso mas ocas e sem que lhes consigas transmitir a tua densidade espiritual. Não insistas em ser em vão, em não dar-te sentido, pára, arrepende-te de continuar por essa encosta. Deus não joga aos dados, efetivamente, e portanto, volta à realidade.
Shut down. Leave it. Corta já antes que te transformes em Narciso de espuma volátil levado pelo vento que sopra lá fora no outono, gelado pelo rigor do frio ou derretido pela brasa impiedosa do verão.
Que alívio!

 
 
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