Ao longo da minha já extensa carreira profissional sei e senti que fui muitas vezes discriminada pelo facto de ser quem sou e como sou. Eu sou como sou, na esfera profissional, e não tenho qualquer dúvida de que se tivesse sido homem, os mesmos traços teriam jogado a meu favor e não em contra, como jogaram vezes...sem conta. Não sou um caso isolado. Sei que há muitas mulheres que se podem sentir identificadas com esta minha reflexão.
Todas sabemos que existe um "non written google sexual personality translator for professional aims", que, como por magia, transforma os atributos, qualificados como "defeitos e constrangimentos", quando detetados numa mulher, em inegáveis "virtudes e ativos" quando exercidos pelos nossos homólogos, homens.
Alguns exemplos: onde se lê "conflitiva" leia-se "lutador"; onde se lê "idealista", leia-se "criativo", onde se lê "teimosa", leia-se "determinado"; onde se lê "embirrenta", leia-se "com caráter", onde se lê "mete-se em tudo", leia-se "capacidade operacional". Onde se lê "autoritária" leia-se "com autoridade". "Falta de flexibilidade" será "ideias claras". "Frenética" será "pro-ativo". Sem dúvida que "agressiva" dá lugar a um digno "enérgico" e se pelo contrário nos apelidam de "branda", nele, a brandura será sempre vista como "capacidade de compromisso". E por aí fora e por aí adiante. E quando alguma vez me disseram que era uma "complexada" por lutar incessante e enérgicamente pela afirmação contundente da minha valia profissional, senti na pele até onde podiam ser profundamente malignas essas farpas constantes que desferiam contra a minha confiança e a minha auto-estima.
O homem e a sociedade onde vivemos, aqui a nossa, são muito conscientes da existência deste "google translator" que, em regra, e face aos mesmos traços de personalidade, aqueles que nos permitem sobreviver num mundo concorrencial e onde existem milhões de obstáculos no nosso caminho, a nós nos desvaloriza enquanto que a eles, os valoriza enquanto profissionais.
Há, como não, discriminações muito mais gritantes e graves. Mas elas não nos devem fazer esquecer estas discriminações que são as que, com outras igualmente subtis, impedem, muitas vezes, as mulheres de chegar ao topo dos postos de decisão. Eu sou particularmente sensível a elas e por isso deixei aqui esta reflexão.
Alguns exemplos: onde se lê "conflitiva" leia-se "lutador"; onde se lê "idealista", leia-se "criativo", onde se lê "teimosa", leia-se "determinado"; onde se lê "embirrenta", leia-se "com caráter", onde se lê "mete-se em tudo", leia-se "capacidade operacional". Onde se lê "autoritária" leia-se "com autoridade". "Falta de flexibilidade" será "ideias claras". "Frenética" será "pro-ativo". Sem dúvida que "agressiva" dá lugar a um digno "enérgico" e se pelo contrário nos apelidam de "branda", nele, a brandura será sempre vista como "capacidade de compromisso". E por aí fora e por aí adiante. E quando alguma vez me disseram que era uma "complexada" por lutar incessante e enérgicamente pela afirmação contundente da minha valia profissional, senti na pele até onde podiam ser profundamente malignas essas farpas constantes que desferiam contra a minha confiança e a minha auto-estima.
O homem e a sociedade onde vivemos, aqui a nossa, são muito conscientes da existência deste "google translator" que, em regra, e face aos mesmos traços de personalidade, aqueles que nos permitem sobreviver num mundo concorrencial e onde existem milhões de obstáculos no nosso caminho, a nós nos desvaloriza enquanto que a eles, os valoriza enquanto profissionais.
Há, como não, discriminações muito mais gritantes e graves. Mas elas não nos devem fazer esquecer estas discriminações que são as que, com outras igualmente subtis, impedem, muitas vezes, as mulheres de chegar ao topo dos postos de decisão. Eu sou particularmente sensível a elas e por isso deixei aqui esta reflexão.

 
 
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