
Eu nunca percebi porque é que as pessoas se embebedam e menos percebo ainda porque é que têm forçosamente de se embebedar coletivamente nas festas, sejam elas populares ou não...vejamos: é mais divertida a festa quando, em virtude do alcool, se perde a noção onde se está, o que se faz, com quem e porquê? Eu já senti algumas vezes, pelo efeito do segundo ou terceiro copo de vinho tinto, esse delicado véu que tolda o olhar e o espírito e nos distancia da realidade mais imediata e posso imaginar que o véu pode deixar de ser um filtro velado para passar a ser um autêntico inibidor da razão e dos sentidos. Há mais e melhor festa com o alcool, é isso? Eu cá para mim, tudo o que passa desse limite da realidade deliciosamente toldada, é uma alienação e equiparo o alcool a uma droga como outra qualquer: Basta hoje andar pelos despojos da orgia coletiva espalhados pelas ruas de Lisboa e perguntar ao primeiro que zigzaguea com duas toneladas de ressaca em cima e um ar perdido no tempo e no espaço,se se lembra do que fez na noite anterior...não interessa a resposta...Graças a Deus que os festejos são na véspera do dia dedicado a S., Antonio. Se ele visse o que hoje vai pelas ruas de Lisboa então é que passava a ser definitivamente de Pádua. Não tenham dúvidas! Ou se têm, passeiem-se pelas ruas de Lisboa antes que passem os varredores. Nunca imaginei, de verdade!
 
 
Sem comentários:
Enviar um comentário