Ainda a propósito de informação e saltitando agora para outra pedra no charco desta deambulação, mais além, imagino também que o que vemos, porque é conduzido como "bit" através de um nervo para uma determinada zona do processamento cerebral, está condicionado ao que o terminal de chegada - a central de processamento - oferece e apenas a isso. Mas imaginemos que esse nervo, em vez de desembocar nessa central, é desviado para outra central, por exemplo, a que alberga os bits que formam as emoções, os sentimentos (se é que essa central existe, é claro). Pergunto-me: será que veríamos os sentimentos em vez de vermos a realidade física que tão familiar nos é? Que loucura! E se o desvio fosse parar à central da memória? Jesus...que será que veríamos? O passado? Maior loucura. Embora, bem vistas as coisas é tudo uma questão de condutas, terminais de chegada e mecanismos interpretativos, porque tudo são bits.E não se me diga que não há, na central da memória,mecanismos que possam processar ou interpretar os bits transportados até essa central por um nervo ótico despistado e que não se possa criar uma avenida de dois sentidos da "ótica da memória". Talvez houvesse, num primeiro momento, algum alvoroço mas estou convencida que rápidamente a circulação se restabeleceria porque o cérebro é criativo e prevalece o "instinto" de sobrevivência, logo de adaptabilidade. Estão-nos vedadas estas auto-estradas ou nunca foram criadas porque...não? Haverá alguma coisa que o impeça? Olhando para a vida passada, em que todos fomos uma célula raquitica, enfezadinha e de âmbito informativo básico, tudo me leva a pensar que o futuro é promissor no que diz respeito à aquisição de novas funcionalidades. Poderá levar milhares de anos mas é uma questão técnica de interfaces informativas. Ou seja, é como se hoje quiséssemos que a torradeira funcionasse pelo simples desejo de a por a funcionar. Era preciso que existisse um adaptador interpretativo e um qualquer circuito adequado...
 
 
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