Mal vai a Humanidade. Nos Estados Unidos está montado um concurso Miss Universo para a corrida ao cargo político mais importante do mundo. No Brasil um derby entre fações de gangsters e na Europa um macro-jogo de Monopólio entre ricos e pobres. Qual é a chave para o denominador comum? Struggle for power. O poder pelo poder. Um sinal de alerta, um prelúdio da decadência, uma manifestação evidente da quebra do contrato social que tem contido o que de mais sórdido existe no Ser Humano. Todos os avanços conseguidos nos últimos dois - três séculos, que não foram lineares, mas que foram avanços na construção de uma Civilização de Valores que protegem e dignificam o Ser Humano, estão agora a ser engolidos pelo lado mais tenebroso existe no mesmo Ser Humano: o seu lado animal: homo hominis lupum, bellum omnium contra omnes. A Civitas, a Res- Publica e o Demos, tudo conceitos que a inteligência humana criou para limitar e gerir em prol do Bem de Todos, esta característica tenebrosa do Ser Humano, estão a ruir, à nossa volta sem que se vislumbre, no horizonte, uma Coligação capaz de lhes reforçar os fundamentos, o sentido e a utilidade. A máxima panglossiana do "Tudo vai pelo melhor, no melhor dos mundos possíveis" era uma sátira não um Manual de Instruções para um Estado de Felicidade ao virar da esquina. Os compromissos que temos vindo a fazer com a Civitas, a Res-Publica e o Demos, por desleixo uns, por convicção, outros, por medo muitos, por comodismo outros tantos, por irresponsabilidade, todos, estão a minar o contrato social de sobrevivência e de progresso para um maior Bem-estar e Felicidade coletivas. Podemos, evidentemente, discutir a premissa. Pessoalmente sou antropológicamente pessimista. Mas estou sempre aberta a quem me dê uma outra visão do Ser Humano. Ou então a discutir como se pode recuperar a solidez do contrato social. Ou ainda como detetar na sociedade os contornos e as tonalidades de uma nova esperança. O ser antropológicamente pessimista é o realismo necessário para precisamente estar em condições de detetar onde há bondade e inteligência para construir um novo caminho de esperança. Desde que não me queiram convencer de que existe algo de bom e positivo nos passatempos que se andam a organizar à nossa volta.
 
 
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