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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Chuva de Agosto

Chove, por fim, a frescura que o jardim pedia a gritos, sufocado pelo calor tórrido e queimado pelo sol impiedoso do verão. Abençoada chuva de Agosto, a pausa que limpa, alivia, atenua, suaviza, interrompe. E obriga a recolher por trás das vidraças e a contemplar a paisagem feérica e espampanante do verão vestida de inverno, a pingar gotas de água que escorregam, divertidas, por entre os fetos, os frutos e as flores, riachos de vida que a terra engole, sequiosa. É apenas uma pausa. O verão ainda não se rendeu e voltará, quem sabe se não mais intenso e dominador? Entretanto, há tempo para acabar o livro, pôr as contas em dia, escrever uma poesia, cozinhar um bom petisco, ouvir uma sinfonia, aborrecer-se sem ocupação e sentir a chuva a cair...uma pausa entalada na rotina pela generosidade e sabedoria de quem rege o Universo. Aqui, isso é bem vindo!

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