Ontem levei dois amigos catalães ao Castelo da Pena. É uma enorme responsabilidade dar a conhecer a alguém algo que não conhece. Estando a alma completamente virgem, essa primeira impressão deixa uma marca cujas raízes, em princípio, ficarão para sempre. Como era um casal novo (23 anos) em "lua de mel" por Lisboa, achei que iriam apreciar que lhes transmitisse a "mística romântica" que envolve e se desprende do Palácio da Pena. E senti, uma vez mais, como é importante, divertido e original, ao servir de guia a um casal de estrangeiros, deixar-lhes na alma um conjunto de frescos emocionais capazes de "revitalizar-lhes" a alma e, com isso, renovar-lhes ou rejuvenescer-lhes a relação emocional que existe entre eles. Eu sinto que não só é possível como é o que as pessoas procuram quando se deslocam ao estrangeiro. Ora, o nosso país tem um capital emocional fora de série: não só em termos patrimoniais como em termos humanos e históricos. Sintra é um ex-libris desta forma de entender o turismo. É fácil mobilizar a alma cansada, adormecida e desmotivada quando estamos no cimo do Palácio da Pena, expandidos até um horizonte quase infinito, rodeados de uma paleta de verdes que estimulam o optimismo e de uma arquitectura cheia de percursos rendilhados e pormenorizados, que arrendondam as arestas emocionais, rematados com uma História que acende a chama do imaginário místico dando assim origem a um novo estado de espírito que ilumina a escuridão interior. Sintra encerra este enorme potencial de criatividade emocional. É um elixir único para esta modalidade de doenças da alma. Doenças que se fossem oficialmente consideradas uma epidemia pela OMS, podiam levantar a economia do país, que possui, sem saber, o capital e o know how capazes de fazer dele o leader mundial do turismo terapêutico das doenças da alma...Parece só ironia...mas no fundo não é. O jovem casal catalão voltou ontem para Lisboa com os olhos a brilhar. E no fim do passeio, felizmente, senti-me a mais! :-)))

 
 
Sem comentários:
Enviar um comentário