Absurdo! Absurdo! Três vezes absurdo. Um Estado de Direito (o espanhol), umas leis (as espanholas), umas Instituições (as espanholas) que não são capazes de ter em conta, acolher, acomodar, chegar a compromissos com uma vontade popular mais do que evidente, mais do que provada, mais do que evidenciada, é um ABSURDO de consequências certas. Esta vontade popular poderá não cumprir exatamente, matemáticamente, os requisitos que esse mesmo Estado Direito exige para que essa vontade popular possa criar um novo Estado de Direito, diferente daquele de onde emana. De acordo. Mas o absurdo começa (e vai acabar mal) quando esse Estado de Direito leva aos Tribunais essa vontade popular, personalizada no Presidente do Governo da Catalunha, imputado por ter aceite e tutelado que organizações da sociedade civil organizassem uma votação sobre a independência, no ao passado. Para isso é que existe a POLÍTICA. Negada a POLÍTICA, o compromisso, o diálogo, não resta outra alternativa senão desafiar o Estado de Direito. A diferença entre o Estado de Direito chinês e o Estado de Direito espanhol é que os catalães separatistas não vão pagar com a vida esta rebeldia. Não haverá tanques nas ruas como houve em Tiananmen. Mas o resultado é o mesmo: Um Estado de Direito que abdica da POLÍTICA para negociar, para dialogar, para acolher a diferença, a vontade de ser soberanos de alguns, a vontade de ter um destino próprio, não é um Estado de Direito. É uma ditadura de Direito. Os catalães poderão ser ilegais. Mas os espanhóis são tiranos. E a tirania acaba mal, sempre. Até Maquiavel percebeu isso quando aconselhou o Príncipe e ser subtil e generoso nas suas conquistas: "Quando se conquista, porém, província de língua, costumes e legislação diferentes, principiam então as dificuldades, fazendo-se necessário uma grande habilidade e boa fortuna para mantê-la.", Ou seja, a POLÍTICA...alea jacta est. O que começou mal e continua mal, acaba mal.

 
 
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