Algures num compartimento da minha cabeça habita a magia dos contos da minha infância. (Abro um parêntese para certificar que o "belicismo" dos alemães possui na outra face essa maravilhosa capacidade de criar mundos que cintilam de magia senão não teria eu guardado estas gravações). Por vezes as neuronas acordam-me a cavalgar nessas minhas imagens infantis em que abundam as florestas densas e misteriosas, as crianças loiras de tranças e calções enfiadas num gorro e num cachecol, os gnomos sábios e trabalhadores, os rebuçados, o chocolate e as nozes, os animais curiosos e de caudas peludas, as casinhas de madeira iluminadas na noite escura, onde através das vidraças quadriculadas, brilha sempre um abeto nórdico de Natal e se ouvem cânticos afinados, a neve branca e fofa que cobre tudo e todos, trenós, renas e sacos de serapilheira cheios de presentes trazidos por um S. Nicolau grave e bondoso, um mundo pintado, cantado e encantado de fantasia bri...lhante e envolvente que faz sorrir. Decerto que este capricho neuronal matinal não serve para nada em concreto. Porque a infância já vai longe e com o primeiro café vem também servida - uma "querideza" - a implacável e incontornável agenda da realidade. Mas fica um halo de magia no ar, uma fosforescência que envolve, impregna e se desprende do meu estado de espírito e que, sem querer, abrilhanta e ilumina a realidade. Tiro para mim, duas conclusões: mais uma prova de que o presente, como tal, não existe. O que existe é uma "corrente de consciência" que une o passado (memória) ao futuro e o antecipa e molda. A outra conclusão é de que a realidade objetiva não existe. As coisas não "brilham" por si próprias. O brilho está em nós. No mundo da fantasia os seres possuem varinhas mágicas. É por isso que não me importo que as minhas neuronas vasculhem no quarto onde guardo os contos que me explicaram na Escola alemã e brinquem com essas varinhas.
Algures num compartimento da minha cabeça habita a magia dos contos da minha infância. (Abro um parêntese para certificar que o "belicismo" dos alemães possui na outra face essa maravilhosa capacidade de criar mundos que cintilam de magia senão não teria eu guardado estas gravações). Por vezes as neuronas acordam-me a cavalgar nessas minhas imagens infantis em que abundam as florestas densas e misteriosas, as crianças loiras de tranças e calções enfiadas num gorro e num cachecol, os gnomos sábios e trabalhadores, os rebuçados, o chocolate e as nozes, os animais curiosos e de caudas peludas, as casinhas de madeira iluminadas na noite escura, onde através das vidraças quadriculadas, brilha sempre um abeto nórdico de Natal e se ouvem cânticos afinados, a neve branca e fofa que cobre tudo e todos, trenós, renas e sacos de serapilheira cheios de presentes trazidos por um S. Nicolau grave e bondoso, um mundo pintado, cantado e encantado de fantasia bri...lhante e envolvente que faz sorrir. Decerto que este capricho neuronal matinal não serve para nada em concreto. Porque a infância já vai longe e com o primeiro café vem também servida - uma "querideza" - a implacável e incontornável agenda da realidade. Mas fica um halo de magia no ar, uma fosforescência que envolve, impregna e se desprende do meu estado de espírito e que, sem querer, abrilhanta e ilumina a realidade. Tiro para mim, duas conclusões: mais uma prova de que o presente, como tal, não existe. O que existe é uma "corrente de consciência" que une o passado (memória) ao futuro e o antecipa e molda. A outra conclusão é de que a realidade objetiva não existe. As coisas não "brilham" por si próprias. O brilho está em nós. No mundo da fantasia os seres possuem varinhas mágicas. É por isso que não me importo que as minhas neuronas vasculhem no quarto onde guardo os contos que me explicaram na Escola alemã e brinquem com essas varinhas.

 
 
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