E por isso vou a correr escrever. Para que as ideias escorram depressa para o papel e dêem espaço às novas que se apressam a tomar forma. Escrever é forrar as paredes interiores de ideias arrumadas.
terça-feira, 17 de julho de 2012
Pensar é estar de férias
Estou de férias, sempre que penso. Porque pensar é estar "rapatanadamente" (termo que usava a minha mãe) instalada numa cadeira de lona às riscas, quase na horizontal, a observar o bulício de uma feira de aldeia, imersa na música pimba, impregnada do cheiro de farturas e sardinhas, peganhenta de algodão doce mais a caneca ganha nas rifas, o desvario dos carrinhos de choque, a areia embirrenta que entra no sapato, fecho os olhos e vejo um enorme cenário salpicado de emoções e sensações coloridas e ruidosas e, lá está, ondulantes e ininterruptas, a aparecer e a desaparecer, umas teimosas outras menos, há de tudo, convincentes, charlatãs, fugazes, persistentes, embirrentas e doces, complicadas ou simples, caríssimas ou pechinchas, ideias há-as para todos os gostos e necessidades, basta sorrir, de mansinho e sorrateiramente e elas caem na armadilha, e escorregam como aquela bolinha de rebuçado da máquina de vidro, pelo tubo da mente diretamente para a consciência. Este tipo de férias, nos dias que correm, enquadram-se perfeitamente nas medidas de austeridade preconizadas. Como no mundo das ideias tudo corre à velocidade da luz, seja em forma de fotão ou de onda, e não se ocupa espaço, não se incomoda o tempo e não se gasta um cêntimo...vou a correr patentá-lo antes que alguém se lembre de o usar e incluir no próximo pacote de austeridade. Assim vão ter que me pagar royalties e...se calhar até posso pagar-me umas boas férias a sério! É tudo uma questão de imaginação! :-)
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