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terça-feira, 17 de julho de 2012

Reflexões sobre o amanhecer

Dá-me imenso jeito que a luz, na sua essência mais remota, possa ser entendida e descrita (roughly) também como uma onda. Como, a essa escala, os modelos de representação são só matemáticos, sou "relativamente" livre para imaginar, à minha escala, e portanto sentir o ondular do amanhecer através das frinchas das portadas das janelas, seja em Lisboa, em Barcelona ou em Djakarta (onde nunca estive) sem transgredir as leis fundamentais da física. É que a progressiva inserção na realidade não se faz linearmente. O amanhecer não é um jacto de luz, saído de uma mangueira, que vai aumentando de intensidade e inundando a escuridão. É antes uma suave ondulação onde os nossos sentidos vão detetando, alternadamente, a luz e as sombras, até adquirirem plena consciência da manhã, que sem ferir, se esgueirou pelas frinchas das portadas. A diferença entre o amanhecer de Lisboa e o de Barcelona, agora no verão, está na amplitude dessa onda (Em Djakarta não sei como é, só sei que deve ter uma amplitude muito dela). Enquanto que em Lisboa essa amplitude é menor, mais reduzida, em Barcelona, o ondular é mais pronunciado. Em Lisboa o amanhecer é suave. Em Barcelona, feérico. Logo, em Lisboa é preciso mais café para acordar, em Barcelona menos! Espero que os físicos do CERN considerem esta associação relevante e no próximo choque frenético de partículas consigam averiguar o porquê e como da relação entre a luz e a cafeína. Não sei se a Humanidade, mas eu agradeceria.

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