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quarta-feira, 4 de julho de 2012

Mico em Luanda


Acabei de saber que o meu filho vai trabalhar para Luanda. É um projeto de curta duração. Mas vai. Fiquei emocionada. Há, na ida do Mico para Luanda, o sinal de que lhe calhou a ele hoje, fazer essa viagem que, antes dele, a fizeram os meus avós e a minha mãe (1946), os meus pais, os meus irmãos e eu (1973). Luanda é, por isso e pelo que lá vivemos, muito mais do que um lugar na geografia, ainda q...ue em Africa a geografia seja particularmente exuberante e não deixe ninguém indiferente. Luanda marcou um rumo diferente nas nossas vidas e é, por isso, uma referência vital e emocional inesquecível. Que o meu filho, que nasceu e foi criado em Bruxelas e cresceu em Barcelona, sem nunca ter vivido em Lisboa (onde, apesar de tudo Angola está presente) sem nunca ter tido qualquer relação com Angola, agora, vá para Angola como primeiro destino profissional, é um sinal de que essas referências do passado fizeram, fazem e farão sentido na vida destas três gerações e que a ida dele para Angola não é um acontecimento solto e sem nexo...É possível que ele encolha os ombros e não ligue a isto. Mas também não precisa de fazer-me caso, hoje. Um dia saberá que foi assim. Que não existem casualidades, na vida, e de que ele há sinais, nos percursos das famílias que, mais do que factos, são elos de uma cadeia que, no fundo, são a manifestação, à escala da realidade, da cadeia de ADN. E que esta lógica que relaciona o que somos e o que fazemos e o que nos acontece, é algo que, muito possivelmente nos transcende. Para mim, é uma janela aberta para debruçar-me sobre a "essência da vida". Um programão!

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