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terça-feira, 22 de dezembro de 2015

DO QUE PRECISAMOS É DE UMA MACRO-OPERAÇÃO DE RESGATE PSICOLÓGICO

Um país livre, uma economia de mercado, uma sociedade justa? Deixem-me rir! Portugal é uma sociedade onde, mental e realmente, o Estado não foi criado para gerir os interesses comuns (o interesse geral) mas sim para gerir os interesses do ou dos partidos que chegam ao poder, os interesses dos oligopolios económicos e os interesses de algumas corporações formais (médicos, professores, etc) ou informais, até os interesses da Comunicação Social. Este Estado vísivel e invisível, é omnipresente e omnipotente e por intermédio de uma rede de vasos comunicantes que todos construimos, estende os seus tentáculos a toda a sociedade. Todos querem ser amigos de algum destes braços do Estado, todos procuram ter alguma influência porque todos sabemos que sem ele nada se faz, nada acontece, nada é possível. Todos têm ou querem ter um amigo Ministro, Presidente da Câmara, Embaixador, Cônsul, Diretor Geral, Deputado, Presidente de um oligopolio, administrador de uma grande empresa, Secretário Geral de uma Corporação. Porque todos sabem que o seu poder e o seu prestígio se mede pelas relações que tem e não pelo que é. Todos tecem esta rede porque todos querem viver sob a sua proteção. E debaixo desta "crosta" desenvolvem-se relações doentes e podres que viciam e apodrecem a liberdade, a justiça e a igualdade. Não tem a ver com a dimensão, tem a ver com a cultura, a mentalidade, a ambição e o dinamismo. Desde o Marquês de Pombal que é assim. Uma sociedade infantil, amedrontada e dependente. Prisioneira do poder que ela própria organiza para não ser livre. Do que precisávamos era de uma macro-operação de resgate psicológico!

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