Foi no dia em que
fui ao Centro de Desenvolvimento Comunitário da Ameixoaira da Santa Casa da
Misericordia de Lisboa que me publicaram este artigo no Diário Económico. Fui
ouvir e dar apoio aos empreendedores do bairro da Ameixoeira. Quando o escrevi,
senti que ía ser um artigo fora do baralho. Porque, a propósito da Europa, só
se ouve falar no seu dia-à-dia, contingente, cingido a resolver o imediato,
jogos de cintura a curto prazo, sem alcance e fugazes. Falei de valores e
arranquei esta necessidade de falar neles olhando para trás, para o momento em
que tudo começou. Nessa altura, a guerra era motivo suficiente para apostar na
paz. Hoje, a crise é motivo mais do que suficiente para falarmos no valor da
Solidariedade, no objetivo da Solidariedade. Mas emperrámos na crise. Que teria
sido da Europa se tivéssemos emperrado na guerra? É a Solidariedade que tem que
ser construída cada dia, a cada hora, como o foi a paz, em 1950. Na altura
tínhamos Políticos marcados pela guerra que acreditavam na Paz. Hoje temos
políticos que vivem ao abrigo da crise, são indiferentes ao horror que é a
miséria, o desemprego, a fome e a solidão. Somos nós todos que temos que dar
uma lição valente a essa casta política desumana e egocêntrica e praticarmos a
solidariedade de baixo para cima até conseguirmos varrer a classe políitica
instalada. A solidariedade começa nas Ameixoeiras onde podemos dar esperança às
pessoas e fazer com que sintam que não estão sós e que tudo o que as
Instituições têm é para criar as condições para que ninguém passe mais
provações. É um dever moral. A Solidariedade. Um valor para o século XXI. Para
a Europa que eu quero construir. Depois de ouvir os aprendizes de empresários
da Ameixoeira fez-me sentido o que escrevi. É isso mesmo que é preciso: lutar
por valores. Afinal, nao é tão vago como pensava.
 
 
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