A casa dos meus sonhos
Passear por Sintra tem estas surpresas. De repente, no dobrar de uma esquina, à beira do caminho, recôndita e inesperada, surge a casa com que sempre sonhaste, o jardim das tuas deambulações, o recanto que sempre imaginaste, o forro da tua alma romântica e um pouco solitária e incompreendida. Sem estar à espera, ei-los os nenúfares que sempre imaginaste que flutuariam no lago que existiria no teu jardim secreto e desejado. Esse jardim cujo desleixo e abandono está no ponto de equilibrio exato que o teu sentido de ordem e arrumação permitem. Um jardim de cores suaves, cheio de sol e repleto de zonas sombrias, melancólico e triste mas pleno de momentos sublimes, delicados, doces, repousantes, românticos. Jardins onde queremos que nasça um amor, floresça uma paixão, amadureça uma entrega a algo ou alguém que o mereça, o deseje, o espere. Que aventura! Que delícia! Que maravilha! 
A casa dos meus sonhos podia ser esta ou outra à beira dos caminhos de Sintra ainda por descobrir e são tantos e tão variados que nem sei por onde começar. Apenas sei que são surpreendentes e que com eles e neles desponta esta veia romântica que todos temos e todos temos abandonada e esquecida e relegada para segundo plano. Impera o realismo e esquece-se de que a alma precisa destes tons suaves, delicados, sombrios, belos, sugestivos, evocadores, inspiradores, embora um pouco délabrés e fora das grandes avenidas da atualidade. É de momentos e de lugares como este que o nosso coração poluído e cansado precisa para sentir que nesta vida nem tudo se contabiliza, nem tudo se racionaliza nem tudo tem que existir realmente, para sermos felizes. Pelo contrário. Muito pelo contrário. Na casa dos meus sonhos tudo é possível sem chegar a sê-lo e esses momentos de sonho fazem de mim uma pessoa feliz!
 
 
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