Histórias que vêm com a lua
A nossa primeira lua cheia do ano veio-nos espreitar de madrugada quando a manhã ainda dormia entre as folhagens da serra e a passarada estava encolhida ao seu lado. Passeou a sua luz de prata entre as núvens e, de quando em quando, quando se dissipava a escuridão que a envolvia, deixou que brilhasse, por breves instantes aquela sua aureola plena de graça que faz dela uma das divindades que o céu nos emprestou.
É assim que pode começar uma história. Ou acabar.  Ou ser apenas uma imagem de passagem, um cenário com mais ou menos personalidade. Escrever bem não é tanto saber escrever mas sim ser capaz de prender a atenção de quem passava por ali e olhou sem querer e...que ficou. Não precisa de ser eloquente nem rebuscado nem, pelo contrário, minimalista. É a imagem que cria que desperta interesse, a vida, o sentimento, a história, a realidade. As palavras são apenas a roupa que cobre a nudez que atrai. 
Em silêncio, isso sim.
 
 
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