Eternidade
Mais uma manhã gelada em Sintra. O despertar do sol demora e os palácios resistem em abandonar  o seu encanto diáfono, difuso, misterioso. Até a bruma, sempre tão espevitada e um pouco arrogante, resfriou e não sai dos seus cantinhos, enrolada na sua humidade. São momentos sublimes. Como sublime é a vida que os possui e os pode gozar. São estes rosas e pêssegos e azulados esbatidos, aguados, tão tímidos que só se conseguem ver quando tudo ainda dorme. É a maravilha da baixa intensidade, próxima do silêncio, da quietude, da paz, da eternidade.
 
 
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