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sexta-feira, 15 de outubro de 2021

A minha terra de portões enferrujados
Passo diante deste portão abandonado todos os dias, há anos e cada vez que olho através desta grades ferrugentas e envelhecidas de verdete, uma outra nova história nasce para ser contada, quem sabe um dia que tenha tempo para apenas escrever o que me passa pelo pensamento. É um portão que inspira um olhar romântico, a perder de vista na eventual história que poderá ter-se desenrolado nos dias em que se abria, bem arreado e reluzente, de par em par para uma ladeira bem arranjada de árvores até à casa senhorial que se vislumbra entre as folhagens agora crescidas em desordem. Uma casa senhorial austera e sem outros floreados que os de ferro forjado que a protegem de intrusos inesperados, em cada uma das portas que se abrem, com imponência, sobre o terreiro outrora de saibro liso e imaculado e hoje curvado e coberto de musgo e ervas daninhas.
A minha terra são estes portões sentinelas de histórias por contar, de vidas por conhecer, de amores por ilustrar, de segredos por descobrir. Quem sabe ao certo o que se esconde por trás destes ferros abandonados mas que continuam, obstinados, a proteger o que só a imaginação de quem passa por diante e pára, se atreve a contar?

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