7 dezembro 2022
Está na hora de viver
Há dias em que a conversa comigo mesma não me leva a lado nenhum. É como se estivesse a deambular por um museu e olhar para os quadros pendurados na parede e dar-me conta de que nenhum me prende, nenhum me chama a atenção, me faz parar… avanço sem notar e anotar nada de relevante, chego ao fim e que vi? Nada, realmente. Terei que voltar para trás e encontrar o fio à meada, a ponta da linha, o início da frase. Não é que sejam dias áridos, conversas sem interesse, ideias peregrinas, cores enevoadas e sem densidade ou palavras que esvoaçam escapando-se das nossas mãos. Ele há dias que começam assim, sem gravidade certa, oscilantes, de raízes superficiais. Oiço-me, as vozes não me contam nada e eu nada tenho a dizer, nem levo nada comigo, sigo em frente, está na hora de viver.
 
 
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