9 dezembro 2022
Ternura pelas fragilidades
Há dias em que nos sentimos de vidro, a alma à vista, o coração a rebolar pelo chão, nas mãos de quem queira dar-lhe um pontapé ou acolhê-lo num abraço, como se fosse um animal abandonado ao Deus-dará…são dias, fases, épocas em que os meteoritos nos atingem sem que tenhamos defesas para evitarmos os seus impactos que doem, fazem mossa e deixam cicatriz. Somos seres frágeis , por muita arte e saber que tenhamos em sobreviver. O nosso interior, chamemos-lhe alma, coração, razão, sentimentos, fizeram de nós seres superiores mas por isso também alvos e presas fáceis das intempéries. São periodos para recolher, retroceder, regressar, retrair-se, a solidão da introspeção é o regresso às nossas origens, ao nosso fundamento, à nossa essência. E é nesse espaço de intimidade onde nasce a energia criadora do nosso eu, que reside a solução. Onde sabemos recuperar o melhor de nós e voltar à superfície, de novo robustos, reparados, recuperados, reforçada a carapaça de resistência às adversidades, para o que der e vier. Ternura pelas fragilidades.
 
 
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