Passam os anos, as estações, os dias e os humores. As arrelias, as querelas e tantos dissabores. Brilhe o sol ou adormeça a luz na névoa que desce ao fim da tarde pela ladeira em frente. Procurem os meus olhos o imenso horizonte para além da linha azul do mar e sonhem muito, às vezes tanto, em zarpar, a verdade é que o tempo nunca me deixa partir sem deixar esta ou outra rosa do jardim de casa a fazer companhia, dar cor e alegrar este pequeno altar onde o amor que tenho gosta de habitar. São os que já não estando ainda moldam os meus dias, tingem de saudade o brilho molhado do olhar, arrancam memórias vivas, tão claras e nítidas que lhes oiço as gargalhadas, adivinho os pensamentos, sinto o cheiro e abro os braços para os sentir mais junto de mim. Vidas que fazem a minha vida, inspiram os sentimentos, com que escrevo poesia.

 
 
Sem comentários:
Enviar um comentário