Acorda, anda, levanta-te e vem assistir ao esperguiçar dos Deuses e das Deusas e de toda a Corte que habita as nossas redondezas na Via Láctea. Despacha-te que vais perder o momento em que Vénus, Marte e Júpiter e tantos outros que conheço mas me esqueci dos nomes, tal é a excitação e a correria, desfilam pela passadeira nobre da Natureza rendida a seus pés e nos vão cobrindo de luz e cor e calor, não faças barulho, escondemo-nos por trás daquela pequena selva de jarros e olha. Em silêncio marcial, porque nos faltam as palavras, se nos enfraqueceu o fôlego e se acelerou o bater da alma suspensa, é isto o sagrado, o princípio e de certeza o final quando esta luz se nos apagar para sempre e podermos finalmente juntar o céu à terra, a rosa ao lírio, a tua mão à minha, e seremos só um, infinito. pensei. Encolhi-me. O sopro delicado do Deus do vento passou por nós e desfez o encanto do início de mais uma manhã pelos lado do Monte da Lua. Valeu a pena?, perguntei e o sorriso aberto de par em par do teu olhar não deu margem para dúvida.


 
 
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