Eu vejo uma orquestra inteira de pé a tocar em uníssono um hino à harmonia e beleza do Universo, uma nascente de águas torrencialmente cristalinas de alegria a brotar das profundezas das terras e a emergir para se juntar a este coro de vozes, que são os mosaicos caleidoscópicos de cor e luz que me rodeiam, me agasalham, me enchem a alma e me reconciliam com a vida que decorre noutros patamares existenciais, muito abaixo destas vivências que roçam o transcendente. Não sou nada de nada ante tamanha perfeição, de que me serve a inteligência e a razão bradada por tantos se jamais serei capaz de criar tanta harmonia, tanta beleza, tanta perfeição? Porque razão nos arrogamos como os seres superiores desta nossa existência coletiva quando a nossa ambição de sermos, o nosso engenho, o que erguemos nas mãos como exemplo, não vai mais além da destruição, da conquista, da aniquilação da nossa própria espécie? Porque razão não nos deixamos guiar e conduzir por estes seres que compõem este cenário de exuberância e vitalidade que se me oferece sem nada pedirem em troca, sabendo que nada tenho para dar? A luz vai iluminando as sombras e tingindo de cor o arvoredo que me rodeia. Começo o dia contagiada pela harmonia que estes sábios da Natureza me ofereceram. Jamais poderei agradecer tanta generosidade. Não merecemos. Não mereço. Os seres superiores, são eles…

 
 
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