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terça-feira, 25 de junho de 2024

Fazer-se todo o sentido

 Nós todos somos muitos. Alguns de nós não levam neles os materiais que permitem criar ou solidificar os fundamentos de um ser-se que a partir dessas raízes cresce e se transforma em alguém com identidade própria, forte, possante ou não possuem a encubadora idónia para gerar personalidades que têm vidas próprias, cartão de cidadão e identidade suficientemente diferencida para se chamarem alguém diferente daquela que que lhes deu origem. É certo. Às vezes convivem em nós apenas tendências, explosões momentâneas de nós, estados de espírito, de alma, de humor, efímeros e passgeiros que não rompem as fronteiras de nós nem nos extravazam com caráter duradouro. Todos temos dias em que saímos da nossa zona de conforto identitário e nos materializamos em seres diferentes do nosso centro de gravidade com maior ou menor intensidade e vocação para solidifiarmos em algo diferente do que éramos ou somos. Ter consciência desta pluralidade e riqueza é ser-se sábio e compreender e aceitar que nada na vida possui contornos definitivos ou rígidos. Somos uma nebulosa sem fronteiras nem defnições de como ser sempre. E olhamo-nos ao espelho e por vezes surpreendemo-nos com o que vemos e temos medo. Não tenhamos nem queiramos matar os excessos de nós ou os dissidentes de nós porque eles só nos enriquecem e so nos dão uma maior capacidade para entender o mundo e os outros. Saiam de vós, oiçam as vossas vozes, entrem nos cenários que o pensamento imagina para vós e aceitem que o mundo não tem fronteiras nem muros nem divisórias e que nos podemos expandir para além da personagem que sempre foi a nossa. Essas imagens fixas e etiquetadas só existem na nossa Cultura impingida por temeroros, que não sabem como lidar com o desconhecido que não controlam. Expandam-se, sejam-se sem barreiras, oiçam-se na estereofonia e na polifonia dos vossos coros e orquestras internas. E sintam-se em todas aa vossas essências, escalas e tonalidades . Quem sabe se assim não fazemos mais sentido…todo o sentido. Afinal, o que somos!

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