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terça-feira, 25 de junho de 2024

O meu presente

 E foi assim que este este passado - histórias de outrora, personagens de épocas distantes, raízes que penetravam fundo na terra com braços da grossura de uma jiboia até às profundezas de uma História que lhe era desconhecida e alheia, afetos que cobravam forma e se lhe entrelaçavam no corpo e a seduziam até as suas entranhas se sentirem irremediavelmente condicionadas e dependente - foi raptado e arrebatado por este presente de vínculos, ligações, razões, sentidos, atrações, sensações únicas jamais sentidas de tranquila felicidade e razão de ser. Olhou em volta e viu-se, a ela, lógica do lugar, lógica do pensamento, lógica dos factos, lógica do estar e ser. Em menos de uma semana tinham-se-lhe criado ligações e raízes ou estas já existiam e tinham apenas sido regadas pela digressão emocional por aquele lugar mágico.

Mágico. Isso é um recurso para encher vazios. Vazios? Sim, ignorância, desconhecimento, para ser mais benevolente, ou falta de criatividade. O que for que mágico quer dizer, é apenas para preencher o que não sabes descrever…mas sim, chamemos-lhe “mágico” a este lugar que hoje forma parte da tua identidade emocional, ou que sentes como sendo uma parte importante da tua estrutura emocional…foi magia o que aqui aconteceu? Esta renovação, este restauro…
Foi até à janela e contemplou por uns instantes o quadro, a pintura - com o olhar de Constable - a montanha de arvoredo outonal que descia com suavidade até à planicie pintalgada de casas, uma aqui, outra ali, contra um horizonte azul pálido, esmorecido, quase sem vida, esmagado por castelos de núvens anunciadoras de uma tormenta consideravel e virando-se, respondeu-lhe:
“Magia

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