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quarta-feira, 30 de abril de 2025

Em dia de sexta-feira santa

Lá fora chovem, intermitentes, rajadas frias e desagradáveis que varrem, em turbilhão, as ruas de ramos e folhagens arrancados às árvores castigadas, vergadas, despidas da tímida e precipitada primavera por um inverno teimoso e prepotente que nos gela e tolhe o corpo embrulhado nas lãs espessas que já queríamos ter guardado até para o ano, o braseiro aceso, a água a ferver para mais um chá, a Natureza a escorrer sem cessar a paleta que foi risonha e pujante de verdes por ela tecidos com vagar e paciência, nessa cor deslavada e tristonha que é a da chuva em dia de sexta-feira santa...

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