Nem todos têm a sorte que a vaidosa da lua venha bater à janela no final da noite, para mostrar como o mundo fica mais belo quando iluminado pelo seu brilho, ainda que este lhe seja emprestado pelo sol. A serenata que me dedilhou com os seus dedos de feiticeira, empoleirada na serra que foi batizada com o seu nome, fala-me desse palácio de renda branca e filigrana delicada que esconde o seu amor proibido pela Natureza, esses bosques baixos e frondosos, armados de trepadeiras densas e musgos fartos que o resguardam zelosamente do feitiço que leva consigo o brilho sedutor desta lua desesperadamente apaixonada. Amanhece irremediavelmente e a lua desaparece antes que seja vista a chorar o seu amor impossível e a alvura brilhante do palácio esmorece para mais um dia sem história. Que é durante o sono escuro e silencioso da noite que os deuses e as musas, as fadas e os astros, os magos e as feiticeiras que vivem nesta Serra abençoada de palácios e grutas e lagos e folhagens escrevem as histórias de amor que os humanos, ajoujados pelos fardos da vida, só sabem sonhar. Juraria ter ouvido a lua a cantar uma serenata à janela…estarei cada vez lunática…bom dia!
 
 
Sem comentários:
Enviar um comentário