De repente a terra começou a frisar-se e obrigada a crescer em direção ao céu, de forma pontiaguda e escarpada, alternando com precipícios abruptos e vertiginosos que desembocam em desfiladeiros sinuosos, cobertos de um branco alvo, tão alvo que, nos seus pontos mais altos se abraçaram ao azul do infinito, ali onde tudo é mais puro e raro. É como se os Homens estendessem energicamente os seus braços ao céu e oferecessem aos Deuses criadores do Universo a sua alma, a poesia mais delicada que levam dentro, o ouro da suas preces e anseios mais profundos, a sua razão de ser. Que contraste entre os dedos ossudos desta terra que buscam insistentemente o céu e a mão aberta que é a nossa terra onde o céu repousa em sossego.
30 dezembro 2024


 
 
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